Houve um tempo, não muito distante, em que a tempestade fazia um homem adulto estremecer e sentir-se pequeno. Deus, no entanto, está sendo deixado de lado pelo mundo da ciência. Quanto mais sabemos sobre meteorologia menos inclinados nos tornamos a orar durante uma tempestade. Os aviões voam agora acima, abaixo e entre elas. Os satélites reduzem-nas a fotografias. Que ignomínia - se é que uma tempestade pode experimentar ignomínia - reduzida de teofania a mero incômodo.
Heschel diz que hoje cremos que todos os mistérios podem ser resolvidos, e que todo o assombro não passa do 'efeito que o novo imprime sobre a ignorância'. Certamente o novo é capaz de nos impressionar: um ônibus espacial, o jogo mais recente de computador, a fralda mais macia. Até amanhã, até que o novo se torne velho, até que a maravilha de ontem seja descartada ou tomada como coisa certa. Não é de admirar que o rabino Heschel tenha concluído: 'À medida que a civilização avança, o senso de assombro declina'."
Frase do notável rabino, Abraham Joshua Heschel, após sofrer um ataque do coração quase fatal, ainda no leito de um hospital:
"...nunca na minha vida pedi a Deus sucesso, sabedoria, poder ou fama. Pedi assombro, e ele me concedeu."
Trechos retirados do livro: O Evangelho Maltrapilho, de Brennan Manning.
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